quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

sertão

A Guimarães Rosa

Não permita Deus que eu morra
Sem que ainda vote em você;
Sem que, Rosa amigo, toda
Quinta-feira que Deus dê,
Tome chá na Academia
Ao lado de vosmecê,
Rosa dos seus e dos outros,
Rosa da gente e do mundo,
Rosa de instensa poesia
De fino olor sem segundo;
Rosa do Rio e da Rua,
Rosa do sertão profundo!
(Manuel Bandeira)



Retruque a Guimarães Rosa

Respondo a Guimarães Rosa
Em pé de romance assim:
Vou pedir ao Maçarico,
Vou pedir a Miguilim
Que a mano Rosa eles digam:

- "Rosa, não seja ruim.
Faça a vontade do bardo,
Ainda que bardo chinfrim!"
E eu secundo: Mano Rosa,
Rosa, rosai, rosae, rosae,
Vou aos meus dias pôr um fim.
Antes, porém, me prometa,
Pelo Senhor do Bomfim;
Que à minha futura vaga
Você se apresenta, sim
Muito saudar a Riobaldo,
Igualmente a Diadorim!?
(Manuel Bandeira)