quarta-feira, 20 de maio de 2009

si dios fuera una mujer

Mario Benedetti (1920-2009)

¿Y si Dios fuera una mujer?
Juan Gelman

¿y si dios fuera mujer?
pregunta juan sin inmutarse

vaya vaya si dios fuera mujer
es posible que agnósticos y ateos
no dijéramos no con la cabeza
y dijéramos sí con las entrañas

tal vez nos acercáramos a su divinades
nudez
para besar sus pies no de bronce
su pubis no de piedra
sus pechos no de mármol
sus labios no de yeso

si dios fuera mujer la abrazaríamos
para arrancarla de su lontananza
y no habría que jurar
hasta que la muerte nos separe
ya que sería inmortal por antonomasia
y en vez de transmitirnos sida o pánico
nos contagiaría su inmortalidad

si dios fuera mujer no se instalaría
lejana en el reino de los cielos
sino que nos aguardaría en el zaguán del
infierno
con sus brazos no cerrados
su rosa no de plástico
y su amor no de ángeles

ay dios mío dios mío
si hasta siempre y desde siempre
fueras una mujer
qué lindo escándalo sería
qué venturosa espléndida imposible
prodigiosa blasfemia

Se todo mundo sair de carro ninguém anda

http://www.youtube.com/watch?v=oQjX19ZPbDY

Doses crescentes de engarrafamento
Doses crescentes de mais engarrafamento
Doses crescentes de ainda mais engarrafamento
Doses crescentes de automóveis de engarrafamento
Doses crescentes de mais automóveis de engarrafamento
Doses crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Doses automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Doses mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Mais doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Ainda mais doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Ainda mais automóveis doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Doses ainda mais automóveis doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Mais doses ainda mais automóveis doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Ainda mais doses ainda mais automóveis doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Automóveis ainda mais doses ainda mais automóveis doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Mais automóveis ainda mais doses ainda mais automóveis doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Ainda mais automóveis ainda mais doses ainda mais automóveis doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais automóveis de engarrafamento
Ainda mais automóveis ainda mais doses ainda mais automóveis doses ainda mais automóveis crescentes de ainda mais doses automóveis de engarrafamento
Ad catastrophem

amor ambiente

O amor condicionado como o ar
Está ressecando minhas narinas
E o ar que respira o antigo coração

O sangue a correr nas velhas veias
Do oxigênio condicionado do amor
Engarrafado em doses crescentes
De carbono queimado na atmosfera

o amor respira o ar da atmosfera
condicionado como o ar está o amor
do oxigênio sufocado pela queima
do carbono vegetal e mineral da terra

as narinas ressecadas
e o antigo coração condicionados
sufocados nesta atmosfera
de abandono do ar
de queima do carbono

o coração fumaça
sufoca o amor do mundo
a indústria do coração fumaça
sufoca

quinta-feira, 7 de maio de 2009

viração



poema na rua
amigo me diz
vai
agora vai
beijo
a rua me beija